O que pode (e o que não pode) ser resolvido por Mediação, Conciliação ou Arbitragem

Nem todo tipo de conflito pode ser resolvido fora da Justiça. Veja abaixo uma lista com exemplos do dia a dia para entender quando esses métodos podem ser usados.

Área / Tipo de Direito Mediação Conciliação Arbitragem Exemplos práticos
Questões de dinheiro, bens e contratos Pode Pode Pode Dívidas, aluguel atrasado, compra e venda de imóveis, contratos de prestação de serviços, briga entre sócios de empresa, empréstimos entre particulares.
Questões familiares com bens envolvidos Pode Pode Raramente Divisão de bens no divórcio, pensão alimentícia já atrasada, discussão sobre quem fica com determinado imóvel ou carro após separação.
Questões familiares sem bens Não pode Não pode Não pode Guarda de filhos, visitas, adoção, investigação de paternidade, mudança de nome ou sobrenome.
Questões do consumidor Pode Pode Pode, só se o consumidor quiser Produto com defeito, atraso de entrega, serviços mal prestados, cobrança indevida. Exemplo: celular que veio quebrado ou internet que não funciona.
Questões trabalhistas Alguns casos Alguns casos Só para altos salários Acordos sobre horas extras, rescisão contratual, valores devidos. Mas só podem ser feitos com muito cuidado e, em regra, na Justiça do Trabalho. Arbitragem só se o empregado ganhar acima de 2x o teto do INSS.
Questões criminais Não pode Só em casos leves Não pode Não dá para negociar crimes como roubo, homicídio ou estupro. Apenas em casos leves (ex.: briga de vizinhos, ameaça, ofensas leves) pode haver acordo no Juizado Especial Criminal.
Tributos, aposentadoria e benefícios públicos Não pode Não pode Não pode Impostos (IPTU, IR, ICMS), aposentadoria do INSS, seguro-desemprego, Bolsa Família, licenças públicas. Esses assuntos são sempre da competência do Estado.
Falência e recuperação judicial Não pode Não pode Não pode Empresas em processo de falência ou tentando se recuperar só podem tratar disso diretamente na Justiça especializada.

Resumo: Se o problema envolve dinheiro, bens ou contratos, normalmente pode ser resolvido por mediação, conciliação ou arbitragem. Já se envolve crimes, impostos, aposentadoria, guarda de filhos ou adoção, precisa passar pela Justiça.